quinta-feira, maio 26, 2011

Investimentos internacionais em pesquisas

    Segundo Carlos Vogt, publicado em 2002 no Com Ciência, nesse ano o governo norte-americano destinou mais de 387 milhões de dólares para pesquisas com células-tronco, nas 20 instituições de pesquisa integrantes do NIH. Esse orçamento dividiu-se em pesquisas que utilizam células-tronco adultas e embrionárias de linhagens autorizadas, de humanos e de animais. O Instituto Nacional do Câncer foi o centro com maior gasto em pesquisas com células-tronco adultas, cerca de 70 milhões de dólares. O Instituto Nacional de Diabetes e de Doenças Digestivas e Renais foi o que mais utilizou recursos federais para pesquisas com células derivadas de embriões, com investimentos chegando a quase 4 milhões de dólares.
      Segundo Don Ralbovsky, do escritório de comunicações do NIH, não existe um levantamento de dados sobre o investimento privado em pesquisa com células-tronco nos EUA. "Provavelmente algumas companhias estão empenhadas em reunir dados a esse respeito, mas elas não divulgam seu balanço financeiro". O orçamento do NIH para 2004 foi de US$ 27,89 bilhões. Estima-se que mais de 60% tenha sido gasto em pesquisa básica. Em comparação, no ano de 1997 as indústrias farmacêutica e de biotecnologia gastaram US$ 27 bilhões em pesquisas biomédicas. Em 1990, somente 14% do orçamento do setor foi aplicado em pesquisa básica, de acordo com relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA.
     O governo norte-americano também tem investido em pesquisas com outros tipos de células-tronco. Em 2001, juntamente com o anúncio presidencial da restrição de fundos para as pesquisas com células embrionárias, o governo destinou cerca de US$ 250 milhões para pesquisas com células-tronco adultas obtidas de cordões umbilicais, placentas e de animais. No início do ano de 2002, o presidente George Bush assinou lei destinando US$ 10 milhões para a criação do Programa para o Banco Nacional de Células-Tronco de Cordão Umbilical (National Cord Blood Stem Cell Bank Program). A decisão beneficiou diretamente a empresa ThermoGenesis Corp., que desenvolveu a tecnologia para processamento, conservação, estocagem e coleta de células-tronco derivadas de placentas e cordões umbilicais. A quantia inicial foi utilizada para a criação de unidades de bancos com esse tipo de células-tronco em todo o país. Estima-se que sejam gastos cerca de US$ 150 milhões para a criação de 150 mil dessas unidades. 

FONTE:  Revista Ciência e Cultura: Edição: Neurociências - p. 19

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Introdução as Celulas Tronco



Células tronco são células que têm uma grande capacidade de se transformar em qualquer outra célula do corpo humano, formar tecidos e órgãos, esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele).
As células tronco são encontradas nos embriões nas fases iniciais da divisão celular, pois a célula ainda não “decidiu” que parte do corpo ela irá formar, então ela está disponível a formar qualquer tecido ou órgão. Elas podem ser encontradas também em tecidos maduros como o cordão umbilical e a medula óssea, porém estas não têm tanta capacidade regenerativa como as dos embriões.
Assim, as células tronco representam a cura para muitas doenças que até pouco tempo atrás eram julgadas sem cura, como o câncer, doenças do coração, osteoporose, doença de Parkinson, diabetes, cegueira, danos na medula espinhal, doenças renais, doenças hepáticas, esclerose lateral amiotrófica, doença de Alzheimer, distrofia muscular, osteoartrite, doença auto-imune, doença pulmonar, dentre muitas outras doenças.

PESPECTIVAS DE TRATAMENTO COM CELULAS TRONCO
Já são aproximadamente 15 mil casos de utilização de células tronco do cordão umbilical em transplantes de medula óssea para tratamentos principalmente de disfunções hematológicas como leucemias, linfomas, mielomas, talassemias, anemia falciforme, entre várias outras.
As células provenientes do sangue do cordão umbilical são uma excelente alternativa a aqueles que pacientes que não dispõe de um doador compatível de medula óssea.
Aplicações atuais das células tronco


Atualmente, as células tronco têm sido utilizadas em pesquisas clínicas que buscam elucidar sua biologia e testar sua efetividade no tratamento de diversas patologias. O site de registro de pesquisas clínicas Clinical Trials (www.clinicaltrials.gov) retorna centenas de resultados para a consulta com os termos “Umbilical Cord blood stem cells”. Desses estudos, atualmente apenas 15 encontram-se completos e 92 estão em fase de recrutamento.
As pesquisas incluem desde novas opções terapêuticas para o uso das células tronco do cordão umbilical em desordens hematológicas (leucemias, hemoglobinopatias e síndromes de falha da medula óssea), como novas terapias para o tratamento de erros inatos do metabolismo (doença de Gaucher, doença de Wolman, doença de Niemann-Pick, doença de Tay-Sachs), e tratamento de outros tipos de câncer como: tumores cerebrais, neuroblastomas, câncer de ovário, câncer de testículos, carcinoma tímico. Outras classes de patologias também vêm sendo pesquisadas: as desordens do sistema imunológico, como a doença granulomatosa crônica; e outras doenças crônicas de relevância para a população mundial, como osteoporose, artrite reumatóide, diabetes tipo 1 e doenças do coração. Esse levantamento denota o grande interesse nas células de SCUP e aponta para o potencial destas células no uso em diversas terapias.
Na verdade o tratamento com células-tronco só não foi, ainda, aprovado no Brasil por questões burocráticas e ética profissional, de não afirmarem que o tratamento é eficaz, enquanto não for liberado no Brasil.
Mas as pesquisas e mais, os resultados apresentados por aqueles que estão se submetendo ao tratamento comprovam que as células-tronco é um tratamento válido e tenho certeza que num futuro próximo deixará de ser um tabu e estará disponível e acessível a todos.